terça-feira, 29 de abril de 2014

29/04/2014 - Casos casuais

Estou lendo muito, e fazendo tudo que eu puder pra melhorar. E estou melhorando! Ainda fico balançada quando o vejo, ainda tenho raiva, ainda tenho saudade... Mas já não choro, não tenho aquela dor absurda no peito. Até o kiwi da garganta sumiu.

Fico percebendo o quanto ele foi idiota, na verdade. E o quanto eu posso ter me livrado de um baita problema. Imagine se tivéssemos mesmo nos casado? Imagine se ele resolvesse mostrar o quanto é volúvel e maluco depois que eu já tivesse uma criança na barriga? Sim, podia ter sido bem pior.

Lógico que isso não impede que o meu próximo relacionamento também não seja um bestão, e que o pai dos meus filhos não vá ser um idiota maior que pode me trair com a empregada. O fato de ter me livrado de um idiota não impede que eu conheça outro idiota. Então agora é a fase para me curar de qualquer trauma que atraia gente problemática.

Mesmo porque, eu não ando conseguindo me atrair nem gostar de absolutamente ninguém. Voltei a saber como é ter casos casuais que, apesar de serem simpáticos, bonitos e legaizinhos, não me fariam derrubar uma única lágrima se sumissem do mapa. Aliás, eu até gostaria que alguns deles sumissem. Facilitaria para não precisar inventar tantas desculpas pra não sair com eles. É bem estranho... estou me relacionamento com garotos que se chegassem e me dissessem "Conheci uma loira e vou casar com ela", me fariam abrir um enorme sorriso sincero e desejar apenas que ele guarde um bem-casado da festa para eu comer.

Adoro bem-casado.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

23/04/2014 - Kiwi na garganta

Ele se despediu de mim como se eu fosse uma colega que nunca tinha tido absolutamente nada com ele. Como se eu nunca tivesse dormido noites e noites abraçada com ele, como se eu não soubesse detalhadamente o gosto de cada centímetro do corpo dele, como se ele nunca tivesse me pedido para passar todos os dias da vida ao lado dele. E foi assim que eu saí do último projeto que tínhamos em comum.

Se me perguntassem onde dói, eu responderia "Na garganta". Porque é verdade: é na garganta que eu estou sentindo a dor. Não é uma dor de garganta de gripe, inflamação ou nada parecido. É mais um bloqueio. É uma dor como se eu tivesse acabado de engolir um kiwi inteiro sem mastigar. Sem mastigar e sem tirar a casca. 

Um bolo preso que não desce e nem sobe, só fica lá obstruindo tudo e fazendo  água brotar dos meus olhos, não importa a força que eu faça. Céus, como eu queria vomitar isso.
Eu sei que fiz a coisa certa. Estou me esforçando pra melhorar, estou tomando o caminho certo. Mas poxa, quando eu penso que finalmente vai ficar menos dolorido, de repente surge esse kiwi, só porque o Glasgow parece se importar comigo tanto quanto com uma lesma num muro.

Acho que a coisa vai ficar feia. Porque eu nunca vi uma lesma engolindo um kiwi.


terça-feira, 15 de abril de 2014

15/04/2014 - Dor de amor é como tosse de fim de gripe!

Continuando a linha de comparações bizarras! Acredite, vou chegar a uma conclusão construtiva e útil no final disso aqui! ;)

Então, percebi que estou estranha... Sei lá. Não vejo meu ex com a mesma frequência (pois saí dos projetos), e isso é bom. Talvez eu volte a ficar balançada quando tiver de ver ele, então não vou fazer como da outra vez e gritar aos ventos que já superei. Eu me conheço o suficiente pra saber que vai voltar a doer, depois vai passar, daí vai voltar de novo, e depois passar... Até um belo dia em que eu perceber que faz muito tempo que não volta!!

É como aquela tosse persistente chata de fim de gripe. Ou, se quiser um exemplo que pareça mais com a intensidade do que eu sentia/sinto pelo meu ex, eu diria que era uma pneumonia ou tuberculose. Mas enfim... Sabe quando você sara, mas a bendita tosse fica te enchendo o saco, e parece que vai durar pra sempre? Quando você finalmente acha que sarou, lá vem uma crise de tosse brava no meio de um discurso de uma reunião do trabalho, ou quando você está tentando falar ao telefone. Você vai em médico, toma xarope, mel, tudo que pode. E passa. Mas do nada a tosse volta de novo, cada vez mais seca e chata. Até que você desiste, e aceita que sua vida é essa agora: você vai tossir pro resto da sua existência. E nem é tão ruim assim, não é? Uma crise de tosse de vez em quando. Não é como se você perdesse o braço ou sei lá. Então ok.

Daí, depois de um bom tempo, quando você está distraidamente vendo TV e passa uma propaganda de Vick Vaporub com uma criança tossindo de um jeito bem falso, você do nada se lembra. "Nossa, e minha tosse? Faz tempo que não aparece, né? Quando foi a última vez que tossi?... É, acho que sarei."

E é verdade, VOCÊ SAROU! É o mesmo com um relacionamento que acabou. Então, minha dica de hoje é: TENHA PACIÊNCIA COM SEU CORAÇÃO. Assim como nosso corpo demora pra melhorar de uma tosse persistente, seu coração também precisa de um tempo pra se curar da ferida de ter sido partido. E por mais que você queira que ele conserte em tempo recorde, não é assim que funciona. Ele vai demorar o tempo que precisar, e você pode no máximo ajudar com pequenas coisas. Com a gripe, você vai ter que aceitar que vai precisar evitar sair no frio, evitar tomar gelado, evitar pisar no chão descalça. E que também precisa tomar mais água, suco de laranja, usar meias e se agasalhar bem.

Para a síndrome do coração partido, é preciso evitar ficar vendo o ex-namorado o tempo todo. Evitar ficar olhando as redes sociais dele, evitar ficar remoendo a dor. E é bom tomar um banho de loja bem gostoso, hidratar o cabelo e sair com as amigas, esse tipo de coisa.

Suco de laranja também deve ajudar, sempre ajuda em tudo.

Acredite: demora, mas passa.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

09/04/2014 - Deixar de amar é como se depilar...

Fiquei 5 dias sem escrever, por um bom motivo: estava AGINDO, pela primeira vez nessa história ridícula de superar meu ex! Pois é. Foi bem difícil, mas não impossível! E estou aqui pra falar pra vocês que SIM, A GENTE PODE FAZER AS COISAS CERTAS, MENINAS!

É um pouco parecido com puxar o papel com a cera, na depilação. Você sabe que vai doer. Puta que pariu, você sabe que vai doer MUITO! Mas você decidiu fazer sua própria depilação, não decidiu? Não tem mais ninguém pra puxar a porcaria da cera, além de você mesma, certo? E você também sabe que depois de doer, depois de você xingar todas as gerações da pessoa que inventou esse lance de depilação, depois de odiar até as abelhas por simplesmente terem alguma coisa a ver com a palavra "cera", depois de tudo isso você vai olhar para a sua perna e ver que... nossa... ficou legal! Ficou bem legal! Está lisinha, charmosa, e agora eu posso colocar aquela saia nova.

Pois é exatamente assim que dar os primeiros passos da superação é. Dá muito medo, vai doer, mas é só fechar os olhos e puxar bem rápido. Por exemplo: deixar de ir aos mesmos lugares, ter os mesmos amigos ou participar dos mesmos grupos que seu ex participa. Eu estava em 4 projetos com meu ex-namorado, e relutava com força a sair dos projetos. Inventava todo o tipo de desculpa: "Ah, eu não vou deixar um grupo que eu gosto por causa dele", "Ah, ele que se acostume a me ver por lá", e blábláblá. Nos momentos mais sinceros, eu admitia pra mim que ficar nos projetos era um meio de fazer com que ele me visse e, quem sabe, brotasse alguma saudade ou arrependimento no coração dele. Tudo baboseira, gente. Podia até ser que isso realmente mexesse com ele. E aí? Eu ia querer voltar com um louco varrido? Que aliás já está namorando (não sei se é esse o nome que eles usam) com a Radioativa?

Não. Por isso, eu saí dos projetos. Nossa, que difícil!!!!! Eu me via lá, olhando para o "papel da cera", pensando "Ai, agora eu tenho que falar que vou sair..." e não tendo coragem. Até que eu tive. E puxei. Falei a todos "Gente, vou precisar sair dos projetos". Dei uma mensagem de despedida e saí do grupo do whatsapp também. E doeu. Puta merda, como doeu! Eu fiquei procurando qualquer brilho nos olhos dele que mostrasse que ele não queria que eu saísse. Fiquei esperando que aparecesse alguma mensagem dele falando sobre minha saída, no whatsapp. E ficou doendo, doendo, doendo... E passou. Estou livre. Livre de ver ele a semana inteira. O alívio que eu senti depois não pode ser medido com palavras!

De verdade, façam isso!! Tenham coragem!! Diga ao seu grupo de amigos em comum com ele que anda muito ocupada e que não pode sair com eles (e arranje novos amigos nessa fase). Peça demissão do trabalho que você faz com ele. Coma em um restaurante que ele não vai. Saia de tudo que tem a ver com ele. Puxe a droga da cera!

Eu sei que isso foi só o começo. Um pedacinho pequeno da minha perna que agora está liso e bonito. Eu ainda vou precisar de muita coragem e muita dor pra acabar a depilação da perna inteira. Mas quando isso acontecer... Ahhhh, moleque! Quando isso acontecer, ninguém me segura! Vou colocar minha saia nova e sair desfilando pela rua, com as pernas mais lindas que algum dia alguém possa ver.




sexta-feira, 4 de abril de 2014

04/04/2014 - A voz debochada

Talvez seja efeito do novo remédio que o psiquiatra me passou, ou talvez seja só placebo. Mas estou me sentindo razoavelmente melhor. Acho que o certo é "conformada", ou "resignada", se quisermos uma palavra mais bonita.

Hoje, me lembrei de um momento de muita alegria, bem no começo do namoro. E minha boca esboçou um sorriso. Fiquei com saudades, mas aí então uma voz veio debochar, dentro da minha cabeça. "Está com saudades do garoto que foi carinhoso com você há anos atrás? Que tal pensar que agora esse garoto é o responsável por você ter tomado um comprimido há 15 minutos?"

O sorriso desapareceu no mesmo instante. Mas isso me deu forças. Prefiro pensar na realidade, do que ficar fantasiando e sentindo falta de um passado. E a realidade é que ele foi um idiota, a realidade é que ele está em outra, a realidade é que eu estou vários quilos mais magra e vários litros de lágrima mais desidratada, e que já passou da hora de esquecer isso.

Essa voz debochada na minha cabeça pode ser cruel, mas é sincera. E quer o meu bem.

"As vozes na minha cabeça estão me dizendo que não gostam de você"

terça-feira, 1 de abril de 2014

01/04/2014 - Fim forçado

Acordei sem coragem de fazer o que era preciso fazer. De sair dos projetos onde ele está.
Ainda estava ruminando como faria isso, quando de repente sou obrigada a entrar no facebook por questões de trabalho. Apesar de ter bloqueado tudo, entrei por outra conta. E fui até o perfil dele.

Ele está namorando a Radioativa. Não vi, porque não dava pra ver. Mas uma postagem era bem clara. Escrevo aqui enquanto aguardo um amigo ir confirmar pra mim. E sabe o que é mais bizarro? Eu QUERO que a resposta seja "sim". Eu quero. Porque isso vai me obrigar a superar. Vai me obrigar a parar de cultivar uma esperança que não existe. Vi fotos dela, ruminei tudo. Depois saí do facebook e me tranquei no banheiro do escritório. Não sei o que estou sentindo. Acho que nada.

Imagens suicidas vieram na minha cabeça. Mas eu sei que jamais faria isso. Mas saber que não faria não me impediu de pensar sobre o assunto, então eu pensei. E comecei a rir. Ri só um pouco, porque a vida é realmente muito engraçada. Um dia ferimos, outro dia somos feridos, e é assim. Parei de rir, parei de pensar bobagens, e levantei do chão. E vim escrever.

Meu amigo acabou de me dizer que não, não está escrito "namorando". E agora eu realmente não sei que p*rr@ eu estou sentindo. Só sei que isso me deu coragem de fazer o que preciso fazer. Sair dos projetos.
Não sinto a porcaria do chão embaixo dos meus pés. Parece que estou em algum sonho bizarro, onde meu papel foi substituído por uma pessoa de cabelo de cor estranha. Provavelmente vão se casar semana que vem. Mas esses pensamentos exagerados estão diferentes, agora. Porque não tem mais a ver comigo. Me pego desejando ardentemente que isso acabe logo, como alguém que quer que o próprio cachorro receba a injeção letal, só pra não sofrer mais. Ou como o próprio cachorro. Pra ser empurrada, jogada violentamente na estrada que eu deveria ter seguido há muito tempo: a estrada da superação. Da superação obrigatória. Da superação, por simplesmente não ter mais nada a fazer além de superar, nenhum outro caminho possível, nenhuma outra possibilidade.

Eu realmente preciso de um status de facebook pra seguir esse caminho?