Toda mulher gosta de emagrecer, não é? Eu sou do tipo que sempre dou um sorriso quando vejo que estou uns quilinhos a menos.
Mas aquilo não era "uns quilinhos a menos". O que a balança tentava me dizer com aquele número era mais ou menos isso: "Garota, você está sumindo. Eu sei que você queria desaparecer do planeta, mas não literalmente, né? Continue assim e vai virar a Mulher Invisível."
Dei um suspiro e constatei que o último furo do meu cinto estava mesmo folgado. Me esforcei pra tomar café, e duas fatias de pão integral foram tão difíceis quanto escalar o Everest.
Eu tinha finalmente quebrado a abstinência. Saí com um cara muito bonito, com quem eu tinha saído há 3 meses atrás, antes de voltar com meu ex. Agora que eu estou solteira de novo, ele me chamou pra sair novamente, e me convidou pra ir ao apartamento dele. Aceitei. Pelo menos iria matar a vontade física de beijar alguém e outras coisas mais.
Ele era lindo, de cabelos e olhos claros, corpo bonito. Era inteligente e legal. Bem mais bonito que o meu ex. E eu realmente estava com vontade de estar com ele, principalmente depois da primeira cerveja. Conversamos, nos beijamos, e tivemos uma noite muito boa. Ele era doce, carinhoso... Mas não era meu ex.
Ter a vontade carnal satisfeita foi realmente muito bom. Um alívio físico e real. Mas o alívio veio e passou, e o rapaz ainda estava ali. E ainda não era meu ex. Lembrei do quanto eu e meu ex éramos perfeitos nesse sentido, e umas duas lágrimas escorreram. Ainda bem que estava escuro e o moço não percebeu. Me senti patética. Estava na cama de um cara lindo, e estava chorando. Qual era meu problema?
No dia seguinte, fui obrigada a ver meu ex, na reunião do único projeto que eu não larguei. Ele comentou que o primo dele tinha dito que me viu. Não falou nada sobre eu ter colocado o dedo no nariz. Menos mal. O pior é que fui obrigada a ver ele mandando mensagens românticas para a Radioativa. Bom, melhor ver isso do que ser cega.
Mas ainda assim eu fui parar na cadeira do psiquiatra no dia seguinte, explicando que a coisa tá mais difícil do que eu pensava, e que o remédio que ele tinha me passado só tinha servido pra me fazer dormir pelos cantos. Ele passou outro. Vamos torcer pra ser mais eficaz.
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"Socorro! Tragam um prato de comida pra ela, por favor!" |