segunda-feira, 31 de março de 2014

31/03/2014 - Sobre balanças e alívios

Eu subi na balança do banheiro e franzi a sobrancelha.
Toda mulher gosta de emagrecer, não é? Eu sou do tipo que sempre dou um sorriso quando vejo que estou uns quilinhos a menos.
Mas aquilo não era "uns quilinhos a menos". O que a balança tentava me dizer com aquele número era mais ou menos isso: "Garota, você está sumindo. Eu sei que você queria desaparecer do planeta, mas não literalmente, né? Continue assim e vai virar a Mulher Invisível."
Dei um suspiro e constatei que o último furo do meu cinto estava mesmo folgado. Me esforcei pra tomar café, e duas fatias de pão integral foram tão difíceis quanto escalar o Everest.

Eu tinha finalmente quebrado a abstinência. Saí com um cara muito bonito, com quem eu tinha saído há 3 meses atrás, antes de voltar com meu ex. Agora que eu estou solteira de novo, ele me chamou pra sair novamente, e me convidou pra ir ao apartamento dele. Aceitei. Pelo menos iria matar a vontade física de beijar alguém e outras coisas mais.
Ele era lindo, de cabelos e olhos claros, corpo bonito. Era inteligente e legal. Bem mais bonito que o meu ex. E eu realmente estava com vontade de estar com ele, principalmente depois da primeira cerveja. Conversamos, nos beijamos, e tivemos uma noite muito boa. Ele era doce, carinhoso... Mas não era meu ex.

Ter a vontade carnal satisfeita foi realmente muito bom. Um alívio físico e real. Mas o alívio veio e passou, e o rapaz ainda estava ali. E ainda não era meu ex. Lembrei do quanto eu e meu ex éramos perfeitos nesse sentido, e umas duas lágrimas escorreram. Ainda bem que estava escuro e o moço não percebeu. Me senti patética. Estava na cama de um cara lindo, e estava chorando. Qual era meu problema?

No dia seguinte, fui obrigada a ver meu ex, na reunião do único projeto que eu não larguei. Ele comentou que o primo dele tinha dito que me viu. Não falou nada sobre eu ter colocado o dedo no nariz. Menos mal. O pior é que fui obrigada a ver ele mandando mensagens românticas para a Radioativa. Bom, melhor ver isso do que ser cega.

Mas ainda assim eu fui parar na cadeira do psiquiatra no dia seguinte, explicando que a coisa tá mais difícil do que eu pensava, e que o remédio que ele tinha me passado só tinha servido pra me fazer dormir pelos cantos. Ele passou outro. Vamos torcer pra ser mais eficaz.

"Socorro! Tragam um prato de comida pra ela, por favor!"

2 comentários:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=yXeFVjWnmrc

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  2. Independentemente de religião, essa mensagem é geral. E ela veio exatamente no momento que eu precisava. Obrigada, Mi. Obrigada, de verdade.

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