Tomo um banho, e a coisa parece ficar menos pior. Mas ainda sinto como se algum órgão muito importante faltasse e eu precisasse de um transplante urgente. Vou para o trabalho, e passo o dia inteiro tentando me convencer de que acabou, tentando fazer a mente ficar um pouco mais calma, lendo livros de auto-ajuda pelas conduções da cidade.
Volto pra casa, me arrumo pra deitar. E sinto que já estou melhor. Mais tranquila. Afinal, passei o dia todo falando comigo mesma, dizendo que ele é um babaca e que eu mereço coisa melhor. Demoro pra dormir. Não lembro o sonho, mas acordo tremendo, com um vazio gigante em alguma parte entre a garganta e o útero... E assim vai, num looping infinito.
Sério, me sinto presa no Dia da Marmota (alguém já viu esse filme? Acho que se chama "Feitiço do Tempo"). Entre Chico Buarque e Luiza Possi, eu vou repetindo esses ciclos sem fim de dor e resignação. Que saco!
Fiquem com uma música linda que traduz exatamente a rotina da superação.
Consertando os erros gramaticais do comentário removido, por que estava horrível, ainda mais por que cito Drummond - como errar a gramática citando Drummond? pensei - daí removi para corrigir, por que não erros não se consertam, são excluidos e algo novo se constroi no seu lugar:
ResponderExcluirSim, já vi o filme. É o retrato das nossas vidas. Passamos a vida procurando por um instante ou uma palavra mágica.
Certa palavra dorme na sombra de um livro raro. Como desencantá-la? É a senha da vida a senha do mundo.Vou procurá-la. Vou procurá-la a vida inteira no mundo todo. Se tarda o encontro, se não a encontro,não desanimo,procuro sempre. Procuro sempre, e minha procura ficará sendo minha palavra.
Carlos Drummond Andrade
Adoro Drummond! Obrigada pelo comentário, Paulo!
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